Esta segunda-feira soube-se que a Vodafone e a Iliad estão em conversações para fundir as unidades italianas, num negócio que pode criar uma empresa com receitas de quase 6 mil milhões de euros, avançou a Reuters, com base em fontes próximas do processo. Esta é a mais recente de várias notícias que dão conta de operações de consolidação no setor das telecomunicações.
A Iliad é para já o quarto maior operador neste país do sul da Europa, pelo que a união destas duas empresas daria lugar a um operador com uma quota de 36% no mercado de telecomunicações. No mesmo país, diz o Financial Times, está de pé a hipótese de a Telecom Itália ser vendida por 10,8 mil milhões de euros ao fundo KKR, que pretende privatizar o grupo.
No mercado britânico, foi divulgado há três dias que a Vodafone estaria a estudar a aquisição da Three UK, da CK Hutchison Holdings, de acordo com a Bloomberg. Em Espanha, o acordo que se fala é entre a Más Móvil e as operações da Vodafone nesse país – depois de a primeira ter comprado a Nowo em Portugal, em novembro de 2020.
Também em Portugal, soube-se na semana passada, a Autoridade da Concorrência (AdC) deu “luz verde” à compra pela filial portuguesa do operador espanhol de telecomunicações Cellnex de mais ativos da Meo. A operação “não é suscetível de criar entraves significativos” à concorrência, considerou a AdC.
Ainda segundo os media franceses, a Vodafone e a Orange negociaram uma possível fusão em meados de 2020 e princípio de 2021, mas o projeto terá sido descartado perante a oposição do Governo francês, que é dono de quase um quarto do capital da Orange.
Outro dos negócios mais sonantes neste ramo foi a compra, nos Estados Unidos, da Sprint Corporation pela T-Mobile, em abril de 2020, uma fusão que ficou avaliada em 30 mil milhões de dólares.
As empresas de telecomunicações, conta esta terça-feira o CincoDías, estarão a pressionar as autoridades responsáveis pela concorrência para que estas facilitem os processos de consolidação, depois de em 2016 a Comissão Europeia ter dado um sinal oposto ao recusar a fusão entre a unidade britânica da Telefónica, a O2, com a Three, da Hutchison.
Na tese das empresas de telecomunicações, continua a mesma publicação, a concorrência que enfrentam atravessa-se no caminho entre estas e os investimentos no 5G ou fibra ótica, pelo que serão importantes os movimentos de consolidação.
De acordo com uma relatório da consultora Ernst & Young (EY), publicado em abril do ano passado, 59% dos executivos no mundo das telecomunicações tinham intenções de avançar com fusões e aquisições nos doze meses seguintes, intenções estas que superam a média histórica do setor.
Fonte: Expresso